Sempre me perguntam como conquistei e tive tanto sucesso em minha vida e em minhas escolhas, e sempre respondo que não foi sem esforço; afinal, essa trajetória foi construída sobre derrotas. Sempre admirei oradores, tribunos, palestrantes, mas meu discurso ainda era muito insipiente. Achava os esportes algo muito legal, mas era ruim em quase todos, ao menos todos os que havia experimentado. Era daqueles jogadores de futebol que "se marcam sozinhos". Também não tinha sucesso quando se tratava de conquistas amorosas.

Sempre tive espírito empreendedor, porém minhas incursões no empreendedorismo não foram lá muito bem-sucedidas, fruto, provavelmente, da inexperiência. Olhando para trás, das 14 empresas que montei, 12 deram errado. Nos concursos não foi diferente, amarguei várias derrotas seguidas, como todos já sabem. Colecionei seis reprovações.

Para melhorar com as garotas, comprei um livro sobre conquista amorosa. Para passar no vestibular, comecei estudando 10 minutos por dia, e fui me obrigando a estudar mais até passar o dia todo estudando, das 8 da manhã às 10 da noite, com intervalos de 10 minutos a cada hora de estudo. Quanto às empresas, fui montando uma atrás da outra, sem nunca desistir. Concursos também, um atrás do outro, sempre procurando ver por que eu era rejeitado ou reprovado e, em seguida, tentando novamente, sem cometer o mesmo erro. Eu poderia até falhar de novo, mas que fosse por um motivo diferente.

Ao longo dessa jornada, descobri as lições de William E. Deming, que fala sobre o Ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Action), ou seja, o ciclo no qual você PLANEJA, AGE, CHECA OS RESULTADOS e providencia uma AÇÃO CORRETIVA na próxima tentativa, se a primeira tiver falhado. Isso realmente funciona! Eu não sabia ainda o nome do processo, mas, intuitivamente, sempre o apliquei: ter um plano, tentar, errar, ver onde houve erro e tentar de novo, de um modo melhor. A Programação Neurolinguística (PNL) ensina que temos de saber o que queremos, atentar ao que está acontecendo (aos resultados que estamos obtendo) e termos flexibilidade para mudar até acertar. É a mesma lição do Ciclo PDCA, apenas posta em outras palavras e, por fim, descobri uma das lições do megainvestidor Warren Buffett:

"Eu não tenho nenhum problema em fazer negócios
com alguém que já foi à falência.
Mas jamais farei negócios com alguém que foi à falência
duas vezes pelo mesmo motivo".

E essa foi a lição que tirei de todas as derrotas que tive: você nunca será um perdedor ou fracassado, qualquer que seja o número de reveses e insucessos que tenha tido ao longo da jornada, desde que mantenha seu sonho, sua atitude e sua disposição de aprender com o erro e tentar de novo. Foi assim que cheguei lá. Derrota e fracasso são situações, não pessoas. É preciso traçar estratégias para vencer os obstáculos, fazer planos e traçar rotas para chegar aonde se quer. Posso dizer que segui esse roteiro e hoje estou aqui para convidá-lo a sonhar, errar, consertar os erros e seguir em frente. Uma hora, mais cedo do que imagina, você aprende tudo o que é preciso para realizar o seu sonho.

Não se fie nas pessoas que criticam seus fracassos ou que dizem que você nunca irá conseguir. São pessoas negativas e, mesmo que tenham boas intenções, mesmo que estejam falando isso pensando em sua frustração caso não seja vitorioso, você não pode ter essa influência antes de tentar. Você precisa se cercar de pessoas que sonhem junto e alto, ou que, pelo menos, não atrapalhem sua caminhada.

A lição que as derrotas me trouxeram foi muito boa. Aprendi que elas podem se transformar em vitórias se você for ajustando sua estrutura. Como diz um amigo, um "não" é um "sim" à espera de ser conquistado. Tentando de novo, mas dessa nova vez de um jeito melhor. Tenha em mente essas lições e saiba que os frutos que colhemos de nossas conquistas, valem toda frustração e desestímulo temporário que as derrotas podem nos trazer.

Ainda usando meu exemplo, essa semana fui contemplado com duas homenagens: o Troféu Don Quixote, outorgado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em associação com a Confraria Don Quixote, e o prêmio Notável Jurista/2010, outorgado pelo Clube de Advogados de Niterói. Obter o respeito dos Advogados é dever de todo juiz e, no meu caso, muito lisonjeito. ANOTO, reparem que não conseguiria nada na 4ª Vara Federa de Niterói não fosse o apoio dos meus funcionários, que são excelentes, em uma excelente equipe com excelentes lideranças. A eles, meu muito obrigado.

William Douglas

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